Fracassos nas bilheterias?

quinta-feira, maio 13, 2010
Todo cão tem seu dia e todo filme tolo é capaz de ter um fim de semana de estreia inesperadamente bom nas bilheterias. Marketing astuto e estrelas rentáveis podem comprar isso. Em ordem cronológica, esses dez lançamentos do verão parecem ter a maior probabilidade de deixar o público reclamando e os contadores de estúdios subindo pelas paredes. Confira abaixo os filmes que podem fracassar nas bilheterias americanas. As datas entre parênteses referem-se à estreia no Brasil:


Robin Hood (14 de maio) 
A aposta: Ridley Scott e Russell Crowe, respectivamente diretor e estrela deGladiador, traçam as raízes da lenda do arqueiro do século 13 e sua rixa com o xerife de Nottingham (Matthew Macfadyen).
Por que não vai funcionar: Crowe e Scott superestimam sua base de fãs e o apelo de um herói que já foi retratado em filmes dezenas de vezes antes. A floresta de Sherwood tem sido um cemitério nas bilheterias desde a versão de Kevin Costner.
O que me faz pensar: trocar espadas e sandálias por flechas e botas não disfarça o fato de que Crowe e Scott estão trabalhando no piloto automático. Maximus perguntaria, "você não se divertiu?". Passou longe desta vez.


Sex and the City 2 (28 de maio)
A aposta: as mulheres que toda mulher quer ser (Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis, Cynthia Nixon) voltam com moda e romances fabulosos.
Por que não vai funcionar: muitos espectadores acabaram se perguntando posteriormente por que se deram ao trabalho de assistir ao primeiro filme. Como as barras de saia da vovó e os colarinhos volumosos, essa franquia já deveria ter ido para o saldão.
O que me faz pensar: de alguma maneira, as mulheres vão acabar andando por um deserto no Marrocos, o que me traz à mente Ishtar e Warren Beatty cantando: "Existe um armário de amor nos meus olhos... Olhe ao redor e veja se há algo do seu tamanho...".


Príncipe da Pérsia e as Areias do Tempo (28 de maio) 
A aposta: um aventureiro medieval (Jake Gyllenhaal) busca a Adaga do Tempo mística para impedir que um governante cruel (Ben Kingsley) provoque uma tempestade de areia para destruir o mundo.
Por que não vai funcionar: sim, ele é baseado num videogame de 21 anos atrás, o que equivale a várias vidas para os entusiastas desses jogos. O filme também se parece demais com a quarta parte de A Múmia, e ninguém precisa disso.
O que me faz pensar: caubói gay? Com certeza. Fuzileiro naval cansado das batalhas? Talvez. Herói de ação balançando a espada? Bom, Gyllenhaal foi um ótimo caubói gay.


Jonah Hex (25 de junho) 
A aposta: um caçador de recompensas desfigurado (Josh Brolin) se divide entre uma dançarina de salão do faroeste (Megan Fox) e um louco (John Malkovich) que traz o inferno sobrenatural à Terra.
Por que não vai funcionar: refilmagens posteriores impediram que a Warner Bros. conseguisse um trailer decente antes da semana passada. Isso é tarde demais para qualquer tipo de promoção que vá além dos fãs da DC comics.
O que me lembra: sem capa, superpoderes ou até um cinto de utilidades, é difícil pensar que esse herói dos quadrinhos irá impressionar muitos espectadores.

O Último Mestre do Ar (23 de julho)
A aposta: O diretor M. Night Shyamalan, que não faz um filme realmente memorável desde O Sexto Sentido, adaptou a franquia de anime sobre um jovem místico (Noah Ringer) que controla os elementos para derrotar o Senhor do Fogo (Cliff Curtis).
Por que não vai funcionar: pela falta de estrelas, um diretor que perde credibilidade a cada filme e o fato de estrear na mesma semana da sequência de Crepúsculo. Mesmo uma conversão posterior para 3D não vai ajudar.
O que me faz pensar: será que o trailer grandioso de besteiras fez alguém acreditar que Shyamalan recuperou seu dom? Talvez o título original, que incluía a palavra Avatar, devesse ter sido mantido.


Meu Malvado Favorito (30 de julho)
A aposta: uma animação de humor sobre o homem mais malvado do mundo (dublado por Steve Carell), que trama roubar a lua. Alguns órfãos adoráveis vão fazê-lo mudar de ideia.
Por que não vai funcionar: Toy Story 3 vai encher os cinemas com devotos dos filmes de animação. Além de não ter um personagem principal cativante, não há nenhum protótipo bacana de brinquedo no filme.
O que me faz pensar: honestamente, o trailer não parecia engraçado nem visualmente especial, mesmo em 3D.


O Aprendiz de Feiticeiro (6 de agosto) 
A aposta: na moderna Manhattan, um mago esquisito (Nicolas Cage, claro) recruta um novato (Jay Baruchel) para lançar encantos em sua nêmesis (Alfred Molina). Talvez uma ou duas vassouras dançantes.
Por que não vai funcionar: Cage tem um histórico respeitável de filmes de ação, mas esse parece mais idiota do que os dois A Lenda Do Tesouro Perdido combinados, com uma dose de Perigo em Bangkok para dar azar. Baruchel está mais rato que o Mickey.
O que me faz pensar: Walt Disney tinha tanto orgulho de Fantasia que avacalhar seu segmento mais famoso provavelmente o deixaria furioso.


Killers (27 de agosto) 
A aposta: um casal do subúrbio (Ashton Kutcher, Katherine Heigl) sai em fuga quando ela descobre que ele é um ex-assassino do governo e alguém tenta matá-los.
Por que não vai funcionar: Kutcher não faz um filme desde Cara, Cadê meu Carro?, e Heigl perdeu a simpatia do público conseguida após Ligeiramente Grávidos ao se comportar feito uma diva.
O que me faz pensar: parece a sequência de Sr. & Sra. Smith, que nem Brangelina arriscaria fazer. Tente uma versão para o cinema de Punk'd, Ashton.


MacGruber (10 de setembro) 
A aposta: o humorista do Saturday Night Live Will Forte estende suas paródias de dois minutos sobre MacGyver, o herói de ação da TV dos anos 1980, em um longa metragem.
Por que não vai funcionar: honestamente, desde Quanto Mais Idiota Melhor, quando foi que um quadro do SNL funcionou no cinema?
O que me faz pensar: esse vai ser A Terra Perdida deste verão. Esqueça o papel de chiclete e o grampo de cabelo, essa bomba vai detonar 20 segundos depois que o projetor for ligado.


Comer, Rezar, Amar (24 de setembro) 
A aposta: Julia Roberts ainda consegue ser a queridinha da América, certo? Especialmente quando ela interpreta uma mulher comum que larga uma vida chata para viajar pelo mundo e descobrir quem ela realmente é.
Por que não vai funcionar: Roberts está a apenas mais um fracasso de se tornar insignificante nas bilheterias, e adaptações literárias sérias simplesmente não funcionam no verão.
O que me faz pensar: crise de meia idade e uma busca global por iluminação? Com o final das férias, o público quer coisas divertidas para fazer com o seu tempo livre minguante.


Fonte: New York Times
Tradução: Amy Traduções (Terra Cinema)

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